Dia desses fiquei preso no trânsito. É um verdadeiro exercício de paciência para mim. Algo que exercito diariamente. Eu sou uma pessoa incomodada pelo tempo. O tempo que passa aparentemente improdutivo me tira a paz.
Mas Deus tem me mostrado a importância de VIVER o tempo. Viver o caminho, a convivência. Viver a espera.
Lembrei-me das obras do artista Ron Mueck, que tive a chance de ver quando foram expostas na pinacoteca de São Paulo. Impressionantes pelos detalhes. Tão firmes e claros que não nos deixam pensar no antes. Em como tudo começou. Quando aquela peça perfeita era somente argila ou arame.
Assim pronta, me fez agradecer a Deus pelo belo que vi, mas não pelo processo onde o verde se torna maduro, o arame se transforma em estrutura.
Depois de ver algumas obras, paramos em uma sala onde passava um filme mostrando o processo de trabalho do artista. O filme é mudo. Câmeras paradas dentro de um ateliê pequeno e aparentemente desorganizado. Fiquei estático, maravilhado com tudo o que estava vendo. Um artista atento aos detalhes. Fazendo tudo com absoluta concentração e paciência .
Não parecia preocupado em terminar a escultura. Ele vivia intensamente o presente. Algo que ninguém poderia roubar dele. Não parecia que a exposição futura o preocupava. Ele estava ali. Desenhando, construindo, respirando.
O êxtase da vida não a partir de algo extraordinário que viria (e veio porque hoje temos as obras prontas), mas sobretudo pela magia do presente. É a vida que se construía. É o presente vivido como presente. Viva o seu presente!!!
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