Se descuidarmos, nosso cotidiano nos tirará a paz. Algumas situações exercem sobre nós um poder que pode incapacitar nosso olhar para observar e aproveitar as melhores fases da vida.
Um paradoxo moderno: Ora reclamamos do que temos, ora reclamamos do que ainda não conseguimos. Sempre insatisfeitos. Somos humanos e contumazes cobradores insatisfeitos. E por isso exageramos na dose.
Se nos falta o trabalho, o dinheiro não chega, as contas não são pagas e a paz não vem. Em contrapartida se temos trabalho e exageramos na dedicação à ele, as conseqüências do exagero também impedem paz.
Como equilibrar? Como se confortar? Como sentir-se preenchido e pleno? Penso que o primeiro exercício que temos que fazer é buscar o equilíbrio das coisas. Tarefa difícil, mas não impossível. Difícil principalmente porque não temos ao certo uma receita pronta que nos garanta o tal equilíbrio sonhado.
Creio que tal equilíbrio começa a ser construído em nós quando enxergamos que o que vivemos neste mundo passa muito mais depressa do que pensamos.
Somente a Eternidade que nos foi prometida pelo Cristo é que não passa. Ela (a eternidade) foi nos prometida pelo amor, com amor. E se ela em nós é o princípio e o fim de tudo, não haverá mais motivo para desequilíbrio.
Há muitas teorias que nos obrigam a “gostar” de tudo que fazemos. E isso não é real. Não precisamos gostar de tudo. Às vezes faz parte do aprendizado, do crescimento, da maturação fazer algo que não gostamos, até para ter a oportunidade de se desapegar do orgulho.
Viver algo ruim também pode ser encarado como uma oportunidade para viver a virtude da humildade. É como ter que fazer um esforço extremo para plantar uma grande árvore, e no fim, ao vê-la de pé, perceber que estamos gastando todo o nosso tempo comendo o caule ao invés de degustar os frutos.
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